“As feministas me odeiam”, diz Thammy Miranda em debate com Lola Benvenutti e Ellen Oléria

  • Por Jovem Pan
  • 08/03/2017 14h24
Johnny Drum/ Jovem Pan

No Dia Internacional da Mulher, a bancada do Pânico na Rádio trouxe uma conversa sobre o significado do dia de hoje, que vai além das homenagens. Lola Benvenutti, Ellen Oléria e Thammy Miranda se juntaram e discutiram alguns temas.

Durante o bate-papo, Thammy fez uma revelação que causou estranhamento. “As feministas me odeiam”, falou. Sem saber justificar o por quê, ela explicou como chegou à conclusão. “Eu fiz pesquisa de público na época da campanha [eleitoral] e deu que o público que me odeia são as feministas”, contou.

Ao falar sobre feminismo, Thammy disse não se identificar com as questões feministas. “Não me considero um homem feminista, me considero um ser humano”, declarou.

Sobre a liberdade sexual das mulheres, Lola e Ellen destacaram que ainda há um bom caminho a ser percorrido para que a mulher, de fato, possa ter domínio sobre seu prazer. “Liberdade sexual é um tabu para a mulher”, afirmou Lola. “A mulher que vive sua sexualidade é puta e vagabunda”, opinou a ex-garota de programa.

“O meu corpo é meu e é um direito meu”, completou Ellen ao falar dos padrões de beleza impostos às mulheres. “Cada corpo acaba recebendo um valor através do machismo, um corpo que vale mais ou menos”, opinou.

Aborto

Ao discutirem sobre a questão do aborto, Thammy afirmou ser contra, mas concordou com a opinião de Ellen sobre o assunto: “quem é contra pode não fazer [o aborto], mas não pode impedir que outras mulheres tenham acesso a um aborto seguro”.

“É uma decisão pessoal e é direito da mulher ter um aborto legal e seguro”, disse Ellen recebendo o apoio de Lola.

Ao falar sobre a descriminalização do aborto, Lola destacou a necessidade de regulamentar a prostituição – profissão que seguiu por alguns anos por escolha própria. “É algo que existe e as mulheres estão sofrendo, então vamos proteger as mulheres que estão nessa situação”, analisou.

Lola Benvenutti ainda falou sobre o tempo que passou como garota de programa. “Sou privilegiada por ter escolhido esse caminho e vejo que muitas mulheres estão assim porque precisam”, concluiu.

Feminista X Feminazi

As redes sociais criaram um “novo termo” para se referir às feministas: feminazi. Questionada sobre o significado da palavra, Ellen Oléria afirmou ser uma forma extremamente ofensiva de se referir ao movimento e às mulheres.

“[A palavra]’feminazi’ está associada ao Nazismo, um dos maiores genocídios do mundo. E isso é para desestruturar as mulheres e identificá-las como opressoras de homens e raivosas. [O termo] desestabiliza uma luta legítima e se tornou popular entre as pessoas conservadoras que não querem mudanças”, explicou.

Flores no Dia Internacional das Mulheres?

Para Lola e Ellen, não há problema em receber flores no Dia Internacional das Mulheres, desde que a data não seja reduzida somente a homenagens e perca seu significado de luta.

“Não pode esquecer porque esse dia existe e o que a data nos lembra, que não é só homenagem. Mas todos gostam de gentilezas”, afirmou Lola.

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